Gilda de Curitiba,
o que há em mim
do seu vir a ser?
Gilda de Curitiba,
há quantos anos corre
nas minhas veias abertas
o sangue que correu
de você?
Que nunca nos lembremos
da curitiba que te esqueceu.
Que nunca aplaudamos
a curitiba que te chutou.
Que nunca louvemos
a curitiba que te demonizou.
nada de macedo
nada de khury
nada de bettega
tulio greca lange
pro inferno todos!
Para o céu, Gilda.
Gilda maiúscula,
curitiba minúscula.
Bendito é o fruto
do beijo de Gilda,
por onde andamos,
matamos e morremos.
Maldita é a boca
da Curitiba que nunca te beijou.
Fábio Pedro Racoski
- Gilda é uma travesti que morava na Boca Maldita, região no Centro de Curitiba. Muito querida por uns, muito odiada por outros, ali era sua casa, na rua, e ali ficou até sua morte. "Uma moeda ou um beijo", ela dizia. A história oficial dessa Curitiba triste fez questão de esquecê-la, mas cá estamos nós para lembrá-la.
Nenhum comentário:
Postar um comentário