fujamos para nosso mundo,
como planejávamos
há muito tempo.
Não quero que você
me leve nos braços:
já não somos tão jovens
e dispostos como antes.
Só quero que olhe para mim
e não veja a mulher com quem se casou.
Não quero de você
os buquês pomposos
do início do namoro.
Não quero de você
aquele sorriso bobo
de uma felicidade fácil
que já não é tão fácil.
Só quero que olhe para mim
e não veja a mulher com quem se casou.
Não quero que você
me abrace forte,
nos fazendo um
como nos primeiros dias.
Não quero de você
as canções desafinadas
e calorosas
ao meu ouvido.
Só quero que olhe para mim
e não veja a mulher com quem se casou.
Não quero que você
repita as desculpas
por não ter feito nada.
O vazio vem, é fato.
Não quero que prometamos
um ao outro o recomeço
que não há como vir.
Já começou, vamos em frente.
Meu querido, meu homem,
só quero que olhe pra mim,
pra você,
olhemos para nós.
O tempo segue,
e não podemos ficar parados.
Quero que ame, abrace e beije essa mulher,
aceitando carregar todo o peso
do tempo, dos dias, da vida,
de dores e alegrias.
Quero, e somente quero,
porque é assim que lhe desejo
e assim que me entrego novamente.
Fábio Pedro Racoski