terça-feira, 11 de maio de 2010


Dias de encher o saco
geralmente
são vazios.

Hoje acordei com sono.
Comi sem fome,
beijei sem paixão,
comi sem vontade
e fui deitar com insônia.

Dias de encher o saco
geralmente
são vazios.

Ontem chovia,
fazia frio.
E eu aqui, ardendo em febre
queimando a pele
embaixo do cobertor.

Dias de encher o saco
geralmente
são vazios.

Amanhã vou enfrentar fila.
É curta, um quilômetro.
É rápido,
cinco horas.
Depois, agulhas
e urina.

Dias de encher o saco
geralmente
são vazios.

E ele dói.

Fábio Pedro Racoski

4 comentários:

  1. Eu diria que dias vazios são, geralmente, um saco, meeeesmo. =P
    Gostei do poema. E do zóião azul na foto também. LINDO!
    Beijo!

    ResponderExcluir
  2. Huhauhauhauhauha "e ele dói" foi o máximo hahahaha

    ResponderExcluir
  3. Bom poema. Dias de encher o saco são de fato um saco. Dispensáveis, dias que daqui a um ano terei deletado da minha cabeça. Mas sempre tem dias assim, sempre tem.

    ResponderExcluir