segunda-feira, 9 de dezembro de 2013

Setenta Poemas desde Zero - MEU LIVRO!

Caros leitores,

Enfim, lanço meu livro para venda! Depois de muito tempo, decidi imprimir por conta própria o "Setenta Poemas desde Zero".

E vocês já podem encomendá-lo! Para tanto, contate-me por mensagem no Facebook, ou pela página do livro (https://www.facebook.com/70PoemasDesde0), ou por meu perfil pessoal.

O livro custa R$ 20, mais taxas dos Correios, quando aplicável. Depois de 100 cópias vendidas, publicarei eBook. Quem mora em Curitiba pode tirá-lo comigo pessoalmente.

Ajude este poeta torto a divulgar sua poesia e tenha um pedacinho dele com você!

Obrigado!

Fábio Pedro Racoski

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Toda mulher é meio Fabiane Lima

Não há dúvidas de que a Internet é o advento mais revolucionário dos últimos tempos. O fluxo livre - ou quase - de informação, a união de pessoas com propósitos semelhantes... E toda essa exaltação que estamos acostumados a ouvir ou ler. Mas...

A Internet também abriga o espaço onde adultos infantilizados e covardes tomam coragem, escondendo-se em um personagem, no anonimato, "na zoeira", em compartilhamentos tendenciosos, etc. E nessa semana vimos mais um episódio envolvendo "blogueiros famosos" (termo que traz consigo, invariavelmente, alguém que "faz humor", mais nada), achincalhando a minha amiga, Fabiane Lima. Tudo por quê? Ora, caro leitor, por causa do SEU machismo.

Isso mesmo. "Seu" machismo. A Fabiane é uma feminista daquelas que dá gosto de ler, ouvir, ver. Tem opiniões muito bem fundamentadas (diferente de grande parte dos tuiteiros, alienados ou "maria-vai-com-as-outras"), tem humor afiado, inteligente, é uma pessoa com quem você começa a conversar e não para mais. Ela critica, ou melhor, constata fatos sobre o mundo masculino, que incomoda muitas pessoas: homens e mulheres, machistas, ainda presos à ideia de que o homem é mais forte, superior, que deve ser "cavalheiro" com a mulher - porque ela é inválida, incapaz, mais fraca? -, que não é dever mas gentileza do homem não estuprar uma moça na rua.

Isso doeu no ego de pessoas como Vyktor Berriel, que promoveu, com seus lacaios - digo, seguidores -, uma enxurrada de ofensas à Fabiane. Não vou reproduzi-las aqui. Mensagens de homens e mulheres que me dão vergonha de ser homem e nojo do ser humano. Até mesmo seu endereço e telefone foram divulgados, numa atitude que prefiro chamar de "estupro mental".

Talvez esperassem que a Fabiane fosse encolher-se em posição fetal, chorar, suicidar-se (como, acreditem, sugeriram). Mas, para desespero do famosinho e meu deleite, a menina é firme, e soube lidar forte e inteligentemente com tudo isso. Inclusive, numa retaliação, divulgou a casa do difamador, num link para o Google Street View (eu amei!).

Agora, mulheres, quero falar com vocês: esse episódio não foi a difamação da Fabiane, apenas. Não foi somente ela a desrespeitada, agredida. Foram todas vocês. Todas as mulheres foram verbalmente violentadas por essas "piadas" (precisam redefinir a noção de humor?). Todas as mulheres foram menosprezadas e humilhadas, como são todos os dias. Nem toda mulher pode ser meio Leila Diniz, mas toda mulher é, sim, meio Fabiane Lima. Vocês não precisam de homem pra nada, vocês não são menos que qualquer homem. E se não odeia, vai odiar os homens, da mesma forma. Eu odeio.

Fábio Pedro Racoski

sexta-feira, 1 de novembro de 2013

Viver é

viver é a arte
de mentir
para a morte
que ela não é dona
de nada
e que ela
não me pertence
como me pertence
a eternidade
dessa paixão
incorrigível
que eu sinto
por você
todos os dias.

Fábio Pedro Racoski

segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Lá vai a gorda

Lá vai a gorda.
Desfila sua beleza eclipsada
pelo sol da cegueira estética.
Rebola no gingado das suas curvas
mais curvas que a retidão
sonolenta
do seu pensamento,
pobre humano.

Lá vai a gorda.
Carregando em seu porte
a sina de ser invejada.
(Afinal, quem não gostaria
de viver fora
da escravidão da moda?)
Sorri timidamente,
ainda inconsciente
da sua doce beleza
ingênua.

Lá vai a gorda.
Mulher, gostosa, desejada.
Quem chora como você.
Quem goza como você.
Quem carrega no corpo
a beleza
da diversidade humana
que exige inteligência
para ser admirada.

Fábio Pedro Racoski

sábado, 12 de outubro de 2013

#microcontos

Ele a desejava tão fortemente, que conjugava seu nome no lugar do verbo "desejar".
-----
Vem, menino, faz da minha vida nossa dança de brincar.
-----
Vem, menina, faz da minha vida o caderno a colorir.
-----
Gosto de você desde o tempo em que eu não me conhecia.
-----
Gosto do seu gosto disposto no meu rosto.
-----
Cada um segue sua vida. Mas sem você a minha fica sem gosto, sem cor, sem música.
-----
Cada acorde de cada música sobre nosso amor é uma forma de fingir um beijo seu.
-----
Se os cientistas amassem como eu amo você, já teriam inventado o teletransporte.
-----
Vem, e sente no meu gosto o desejo de sermos um.
-----
Vende-se um beijo. Aceita-se troca por outro beijo.
-----
Seu amor bandido é criminoso, mas legítimo.
-----
Olhando nos olhos dela, conseguiu traduzir-se com lágrimas e palavras: "você é a mulher da minha vida".

Fábio Pedro Racoski

domingo, 6 de outubro de 2013

Quero um amor anarquista

Quero um amor anarquista
daqueles que não têm pista,
quero um amor liberdade
que seja nossa igualdade.

Eu quero um amor sem nome,
sem tempo, poder ou fome.
Quero querer todo dia
a paixão da nossa alegria.

E que as dores e o gozar
sejam nossos como o ar:
corram livres pelos beijos
livres em nossos desejos.

Fábio Pedro Racoski

domingo, 22 de setembro de 2013

Mazelas

enquanto eu carregava
minha vida
sem graça
nos ombros
da compaixão alheia,
nada era belo
vindo do espelho.

enquanto eu andava
pelas sombras
dos muros
da minha solidão,
nada era verdade
no beijo alheio.

enquanto eu vivia
no meu mundo
de medos
e angústias,
nada era bom
no seu meio.

mas os ombros cansaram,
os muros caíram,
o mundo se desfez,
e eu me vi observável,
possível,
real,
seu.

Fábio Pedro Racoski

quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Poema para Anne Mara

Ela é bela
Nem gordinha nem magrela
Com quem quero passar os anos
até o abaixar dos panos

Anne Mara Vilhosa
vistosa, cheirosa, formosa.
Fico até com um frio no umbigo
tenho medo de negar
mas não custa tentar.
Quer namorar comigo?

Diogo Hilário

sábado, 14 de setembro de 2013

Teu gosto de saudade

todos os dias
todas as noites
nessa noite cheia
copo vazio
seu cheiro na memória
seu gosto no meu corpo
seu amor na minha vida
e a distância
me matando
de vontade
e de saudade.

Fábio Pedro Racoski

sábado, 24 de agosto de 2013

O que é a vida?

a vida
é uma faca desafinada,
uma música afiada,
um desafio desatinado.

a vida dói e não sente,
a vida corre sem sair do lugar,
te faz chorar a alegria
e rir a tristeza.

a vida é o inverso do que você vê,
é o sentido do que você acredita,
é a loucura do que você sente.

a vida
é a mais sincera
e verdadeira
farsa.

Reinhardt

quinta-feira, 11 de julho de 2013

#microcontos

Ele encontrou, naqueles olhos, a luz de todas as estrelas que nunca tinha visto.
----
Dois dedos de uísque e seu amor entorpecendo goela abaixo.
----
Na guerra, todo beijo pode ser o último.
----
Eu amei você na primeira palavra sua que esbarrou em mim.
----
Você levou embora meu sol e agora a lua da minha noite eterna é você.
----
Quanto mais eu penso em você, menos me importam a distância e o tempo.
----
Se dez mil vidas eu tivesse, dez mil vezes eu erraria meus caminhos para me encontrar no seu amor certeiro.
----
Inventei um idioma com palavras que ousam expressar tudo que és e tudo que sinto por ti.
----
Seu sorriso é o que faz meu hoje desejar o amanhã, porque nós moramos no sempre.
----
Deus disse: "faça-se a luz!", e seus olhos, minha bela, reluziram toda a beleza da criação.
----
Ao ver o sorriso causado nela, ele descobriu que amor não se substitui, não se divide. Se soma.
----
A paixão o cegou, mas o amor o fez ver o quanto ela não o amava.
----
O passado me desconstruiu, e reinventei-me no seu beijo.
----
O vento que sopra de lá me trouxe um beijo seu, chamado Saudade.

Fábio Pedro Racoski

Você, sim

Você, sim.
Você, que partiu meu coração...
Você, que feriu quem eu amo...
Você, que me deixou sem chão e sem ar
Quero lhe erguer do chão
e cortar seu ar
até suas memórias
se dissiparem
no vácuo
da eterna morte.

Reinhardt

sexta-feira, 21 de junho de 2013

Política: você precisa

O problema não é a "alta cúpula" do governo. Derrubar cabeças só interessa para quem quer colocar os seus no poder, em detrimento dos "outros". Isso é combustível para um golpe sim.

Votamos em vereadores e deputados sem levar em contar que estes, sim, são os votos mais caros, mais importantes, porque eles é quem vão mover a enferrujada e gigantesca massa pública.

Queremos mudança. Sim. Pois mudemos nossas atitudes. Mudemos nossa atenção à política (partidos são necessários a uma democracia, eles não são ruins em essência). Costumamos ser, muitos de nós, despolitizados e, talvez por isso, alienados. A esquerda não é ruim. A direita também não. São formas diferentes de estruturar e administrar um país. O Brasil é, historicamente, voltado à esquerda, é fato. E quem está governando o país hoje ajudou, sim, direta ou indiretamente, para que você possa ter um smartphone e xingar muito no Twitter fazendo foto de biquinho no protesto.

O problema, repito, não é o PT, não é a DIlma, não é o Lula. O problema é você. Platão já dizia na Antiguidade: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam." Governe-se. Política não é bem de valor, é essência de uma sociedade aberta. Você PRECISA politizar-se. Isso não quer dizer que deve filiar-se a um partido. Faça-o, se tiver vontade; é lindo a militância, quando séria. Anarquistas podem ser extremamente politizados.

Ainda é tempo. Saia às ruas se achar que deve. Mas deixe de ser - caso já tenha sido - massa de manobra. Fascismo ainda existe. O mundo não é dividido em mocinhos e bandidos honestos, que assumem o papel de bandidos. O mundo não é fofo. A realidade é sempre mais impressionante que qualquer ficção. Seja para o bem, ou para o mal.

Fábio Pedro Racoski

quinta-feira, 20 de junho de 2013

De quem é a culpa?

Afinal, de quem é a culpa?

Da presidência, que sanciona e representa? Dos congressistas, que propõem e votam leis? Dos juízes? Da polícia? Das grandes corporações de mídia?

Não. A CULPA É SUA.

Você é quem vota. Você é quem consome cegamente o que a mídia de massa vomita. Você é quem aplaude a execução de "bandidos" por alguns policiais-assassinos. Você é quem xinga muito no Twitter, mas não cobra, não fiscaliza, não foi para as ruas esse tempo todo.

Vá para a rua, sim. Sempre. Não é mais sobre a tarifa do transporte. Não é mais sobre a implicância com partidos e ideologias. É sobre você. É a revolução de si. Políticos não serão tão corruptos sabendo que você estará sempre de olho. A mídia não será tão manipuladora sabendo que você também é mídia.

Muda, Brasil. Mude você.

Fábio Pedro Racoski

terça-feira, 4 de junho de 2013

Reinhardt

Deem as boas vindas ao novo heterônimo, Reinhardt.

Pouco se sabe sobre as origens de Reinhardt. Apesar do nome alemão por ele adotado, supõe-se que seu nome de batismo seja Eurípedes e que tenha sido criado nos arredores de Ribeirão Preto. Já foi visto perambulando com o rosto pintado pelas ruas de algumas cidades, como São Paulo, Curitiba, Santos, Porto Alegre e Recife.

Seu discurso eloquente sempre destaca a vingança, e ressalta sua existência como intrumento divino de punição. Dizem que sua família foi assassinada e que, depois de ter vingado a morte dos seus, enlouqueceu e começou a vagar pelo mundo.

Reinhardt é, antes de tudo, a imagem de uma humanidade caótica, solitária e violenta.

Sinto

Sinto.
Sinto todas as minhas células,
esse amontoado de vida caótica,
pulsando em uníssono
vibrando pela sede
de destruição.

Sinto meu espírito,
dádiva do Deus que tudo cria,
exultante
para explodir
a incoerência humana.

Sinto meu rosto,
deformação divina da beleza,
sorrindo
ao ver as chamas
alimentando a vingança.

Sinto meu corpo,
instrumento divino da punição,
correr
em direção
ao seu abismo.

Reinhardt

domingo, 2 de junho de 2013

Esperei por ti


Esperei por ti,
meu menino lindo.
Contei os meus dias,
somei nossos dias
pra te ver sorrindo,
pra te ver aqui.

Eu chorei por ti,
menino levado.
Contei os seus ais,
te quis sempre mais
que o tempo passado,
que a ausência de ti.

Eu sorri por ti,
menino querido.
Fazes meu sorriso
em tempo impreciso,
e assim, sem sentido,
te esperei aqui.

Esperei por ti,
menino crescido.
O tempo passou,
a barba cresceu
mas ainda é seu,
amadurecido,
meu amor aqui.

Ana Luiza Lem

quinta-feira, 30 de maio de 2013

Último primeiro


talvez
aquele tenha sido
nosso último beijo.

talvez
aquela tenha sido
nossa última loucura.

talvez
aquele tenha sido
nosso último encontro
como amantes.

talvez
hoje seja
nosso último dia.

mas é certo,
ah, meu bem,
é tão certo quanto minha
vida errante,
que eu vou te amar
até o primeiro
fechar de olhos
para o último instante.

Fábio Pedro Racoski

domingo, 5 de maio de 2013

Você é tão bonita


o dia nasce,
o novo tempo.
você é tão bonita.

o café quente,
o leite frio.
você é tão bonita.

as ruas lotadas,
o sol brilhando.
você é tão bonita.

o sol se põe
lá no horizonte.
você é tão bonita.

a lua brilha
lá no céu.
você é tão bonita.

as luzes se acendem
pelas ruas.
você é tão bonita.

as vozes se calam
pelas casas.
você é tão bonita.

meus braços se perdem
pelo seu corpo.
você é tão bonita.

seu abraço é um pedido
ao tempo
que pare.
você é tão bonita.

Fábio Pedro Racoski

#microcontos

Para estar com ela, ultrapassou a mais árdua estrada, chamada medo.
----
Ei, menina, deixa eu te fazer voar nos meus braços de poesia?
----
Partiu certo do reencontro nesse mundo incerto onde sentiu que é o homem certo para ela.
----
Eu mordo meus lábios pra lembrar o sabor do teu beijo.
----
E a saudade dela o fez construir uma estrada pavimentada de sonhos.
----
Ele encontrou seu amor mulher nos olhos brilhantes de uma menina.
----
Ele encontrou a vida ao perdê-la.

Fábio Pedro Racoski

segunda-feira, 8 de abril de 2013

Ela sempre

ela, que em tantos sonhos apareceu
ela, que em tantas vozes se ouviu
ela, que em tantos olhos iluminou
ela, que em tantos ares eu senti
ela, que em tantas palavras eu vi
ela, que por tantas vezes eu busquei
sem saber que ela significa
no vocabulário do meu coração
sentimentos com mil beijos
e olhares,
mas sem palavras
que possam expressá-los
a não ser a mais nova
e antiga:
amor.

Fábio Pedro Racoski

quarta-feira, 3 de abril de 2013

Mundo carro

infeliz ser motorista.
já não sabe tropeçar,
não sabe dobrar a esquina,
coração a desguiar.

enquanto você respira
petróleo, borracha e aço,
eu respiro pelas ruas
pele, cabelo e cansaço.

Fábio Pedro Racoski

sábado, 16 de março de 2013

Eu te amo

não importa
a distância
porque nenhuma estrada
é maior
do que esse louco amor

não importa
o tempo
porque cada segundo
é eterno

não importam
as rugas
porque a cada dia
desbrimos novas belezas

não importam
as brigas
porque sempre queremos
o nosso melhor

não importa
a espera
porque o pra sempre
costuma durar muito

não importa
o que dizem de nós
pois quando estou
com você
o mundo deixa de existir
por um instante

nada importa
e tudo que é nosso
é essencial

porque eu te amo.

Fábio Pedro Racoski

quarta-feira, 6 de março de 2013

#microcontos

Seus corpos são palavras que, na paixão, se leem em todos os seus sentidos.
----
O que para outros é somente sexo, para eles é degustação.
----
Vem, que nós somos o tempo, e nos devoremos como ele nos devora.
----
Minha paz vira guerra quando alguém magoa uma pessoa que amo.
----
Enquanto a chuva de amor molhava as pessoas, ela, com o guarda-chuva aberto, mantinha seu coração seco.
----
Entre saias floridas e cafés, uma beleza que desperta a inteligência.
----
Sua beleza é inversamente proporcional à sua pequeneza física.
----
Minha maior vontade é esconder-te em meu abraço.
----
E entre tantas jóias e vitrines, uma beleza impagável.
----
Ao ouvir de sua amada sobre sua nova paixão alheia, sentia que o amor por ela dilacerava seu coração.
----
E chegará o dia da viagem para fora de mim, com um adeus à solidão.
----
A vontade de estar com ela se transformou em solidão que o devorava.
----
O ser humano é amigo do sofrimento, é amante do egoísmo, e flerta com a angústia.
----
Vou dormir com o gosto do seu nome repetido na minha boca.
----
Quero você aqui. E esse aqui pode ser em qualquer lugar.
----
E viu seu pai renascer, com o mesmo olhar juvenil, na frente do espelho.
----
Inventaram um novo idioma, chamado carinho.
----
Além do horizonte está seu Oriente.
----
Não vencem, nem perdem. Perdem-se um no outro.
----
Teu abraço é meu Porto Alegre.
----
Sem pudor, sem pecado, a paixão deles era abençoada com suor.
----
Encontrar você é, sim, uma Boa Viagem.
----
O tempo maroto me faz contar cada segundo que falta para estar contigo mas, quando estamos juntos, perco a conta.

Fábio Pedro Racoski

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Maicon

E agora, Maicon?
A vida acabou,
a festa chegou,
o sol não raiou,
a luz lhe ofuscou.
E agora, Maicon?

E agora, piá,
menino, guri?
Você que tem nome,
que zomba dos nomes,
que apanha dos homens,
você que faz rimas,
que fica, engravida,
agrava a vida,
e agora, Maicon?

Está sem casa,
está sem rua,
está sem escola,
está sem leito,
já não pode curtir,
já não pode viajar,
gozar já não pode,
a noite queimou,
o dia não vem,
o ônibus passou,
o tempo não veio,
não veio seu sonho
e tudo ruiu
e tudo dançou
e tudo ocultou,
e agora, Maicon?

E agora, Maicon?
Seu brilho nos olhos,
seu instante de ódio,
sua miragem cinza,
sua playlist,
seus gadgets de ouro,
sua roupa de baile, sua inconsequência,
seu tesão - e agora?

Com o controle na mão
quer mudar de canal,
não existe canal;
quer morrer de amor,
mas você secou;
quer ir pra Goiás,
não pode voltar atrás,
Maicon, e agora?

Se você ouvisse,
se você sentisse,
se você dançasse
a dança fluminense,
se você acordasse,
se você parasse,
se você morresse...
Mas você não morre,
você não vive, Maicon!

Sozinho na multidão
qual bicho-homem,
sem o Livro Sagrado,
sem colo de afeto
pra se aconchegar,
sem motocicleta
que fuja a fumaça,
você dança, Maicon!
Maicon, que música é você?

Fábio Pedro Racoski

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

Distanciofilia


pegando a estrada, sumindo no horizonte
levando na mala a saudade pra bem longe
só quero saber aonde está
aquele sorriso tão lindo que me fez mudar o lugar.

buscando o abraço além do horizonte
levando mil beijos com gosto de romance
não quero saber se vou chorar
só quero um abraço apertado quando em você eu me encontrar.

eu quero você, não importa onde for
quero com você descobrir aonde vai o amor
quero me perder, vem agora e deixa eu te abraçar
me veja em você, minha história toda pra te dar.

Letra e música: Fábio Pedro Racoski

domingo, 17 de fevereiro de 2013

Apenas mais uma vez

apenas mais uma vez
eu tinha me perdido de mim mesmo.
apenas mais uma vez
eu tinha desistido de tentar.
apenas mais uma vez
eu tinha mantido o lamento inútil.
apenas mais uma vez
eu tinha me fechado em mim mesmo.

mas eu encontrei você
e foi como se todas as vezes,
todos os tropeços,
me levassem
até onde estamos.

apaixonadamente
juntos.

Fábio Pedro Racoski

segunda-feira, 28 de janeiro de 2013

Importação exportação

não importa aonde,
não importa quando,
não importa como,
exporto meu abraço
pra você
nem que seja
de contrabando
no cantinho
desse verso.

Fábio Pedro Racoski

quarta-feira, 23 de janeiro de 2013

A viajante

muitos horizontes
já viram sua beleza
passar.
muitos ares
já sentiram
seu perfume de mulher.
muitos sóis
já tocaram
o seu rosto de menina.
Muitas voltas
o planeta dará
conduzindo seu porte
de musa
pelo Universo.

Fábio Pedro Racoski

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Notívagas

Elas passam sem notar
meu olhar perseguidor.
Elas dançam pelo ar
perfumando até a flor.

Queria ser seus casacos
sempre colado em seus corpos.
Queria ser suas bebidas,
encher de amor os seus copos.

Elas passam sem cantar
e encantam minha mente.
Ela joga o seu olhar
e me faz seguir em frente.

Fábio Pedro Racoski