sexta-feira, 21 de junho de 2013

Política: você precisa

O problema não é a "alta cúpula" do governo. Derrubar cabeças só interessa para quem quer colocar os seus no poder, em detrimento dos "outros". Isso é combustível para um golpe sim.

Votamos em vereadores e deputados sem levar em contar que estes, sim, são os votos mais caros, mais importantes, porque eles é quem vão mover a enferrujada e gigantesca massa pública.

Queremos mudança. Sim. Pois mudemos nossas atitudes. Mudemos nossa atenção à política (partidos são necessários a uma democracia, eles não são ruins em essência). Costumamos ser, muitos de nós, despolitizados e, talvez por isso, alienados. A esquerda não é ruim. A direita também não. São formas diferentes de estruturar e administrar um país. O Brasil é, historicamente, voltado à esquerda, é fato. E quem está governando o país hoje ajudou, sim, direta ou indiretamente, para que você possa ter um smartphone e xingar muito no Twitter fazendo foto de biquinho no protesto.

O problema, repito, não é o PT, não é a DIlma, não é o Lula. O problema é você. Platão já dizia na Antiguidade: "Não há nada de errado com aqueles que não gostam de política. Simplesmente serão governados por aqueles que gostam." Governe-se. Política não é bem de valor, é essência de uma sociedade aberta. Você PRECISA politizar-se. Isso não quer dizer que deve filiar-se a um partido. Faça-o, se tiver vontade; é lindo a militância, quando séria. Anarquistas podem ser extremamente politizados.

Ainda é tempo. Saia às ruas se achar que deve. Mas deixe de ser - caso já tenha sido - massa de manobra. Fascismo ainda existe. O mundo não é dividido em mocinhos e bandidos honestos, que assumem o papel de bandidos. O mundo não é fofo. A realidade é sempre mais impressionante que qualquer ficção. Seja para o bem, ou para o mal.

Fábio Pedro Racoski

quinta-feira, 20 de junho de 2013

De quem é a culpa?

Afinal, de quem é a culpa?

Da presidência, que sanciona e representa? Dos congressistas, que propõem e votam leis? Dos juízes? Da polícia? Das grandes corporações de mídia?

Não. A CULPA É SUA.

Você é quem vota. Você é quem consome cegamente o que a mídia de massa vomita. Você é quem aplaude a execução de "bandidos" por alguns policiais-assassinos. Você é quem xinga muito no Twitter, mas não cobra, não fiscaliza, não foi para as ruas esse tempo todo.

Vá para a rua, sim. Sempre. Não é mais sobre a tarifa do transporte. Não é mais sobre a implicância com partidos e ideologias. É sobre você. É a revolução de si. Políticos não serão tão corruptos sabendo que você estará sempre de olho. A mídia não será tão manipuladora sabendo que você também é mídia.

Muda, Brasil. Mude você.

Fábio Pedro Racoski

terça-feira, 4 de junho de 2013

Reinhardt

Deem as boas vindas ao novo heterônimo, Reinhardt.

Pouco se sabe sobre as origens de Reinhardt. Apesar do nome alemão por ele adotado, supõe-se que seu nome de batismo seja Eurípedes e que tenha sido criado nos arredores de Ribeirão Preto. Já foi visto perambulando com o rosto pintado pelas ruas de algumas cidades, como São Paulo, Curitiba, Santos, Porto Alegre e Recife.

Seu discurso eloquente sempre destaca a vingança, e ressalta sua existência como intrumento divino de punição. Dizem que sua família foi assassinada e que, depois de ter vingado a morte dos seus, enlouqueceu e começou a vagar pelo mundo.

Reinhardt é, antes de tudo, a imagem de uma humanidade caótica, solitária e violenta.

Sinto

Sinto.
Sinto todas as minhas células,
esse amontoado de vida caótica,
pulsando em uníssono
vibrando pela sede
de destruição.

Sinto meu espírito,
dádiva do Deus que tudo cria,
exultante
para explodir
a incoerência humana.

Sinto meu rosto,
deformação divina da beleza,
sorrindo
ao ver as chamas
alimentando a vingança.

Sinto meu corpo,
instrumento divino da punição,
correr
em direção
ao seu abismo.

Reinhardt

domingo, 2 de junho de 2013

Esperei por ti


Esperei por ti,
meu menino lindo.
Contei os meus dias,
somei nossos dias
pra te ver sorrindo,
pra te ver aqui.

Eu chorei por ti,
menino levado.
Contei os seus ais,
te quis sempre mais
que o tempo passado,
que a ausência de ti.

Eu sorri por ti,
menino querido.
Fazes meu sorriso
em tempo impreciso,
e assim, sem sentido,
te esperei aqui.

Esperei por ti,
menino crescido.
O tempo passou,
a barba cresceu
mas ainda é seu,
amadurecido,
meu amor aqui.

Ana Luiza Lem