segunda-feira, 29 de setembro de 2008

Vogais...

mgnm s td txt d m blg fss scrt sm vgs? Vcs ntndrm cntd? Mnhs pstgns trm ms csss, tlvz, ps sr nvdd.

Entenderam? Existe um blog experimental escrito todo assim, em inglês: experi-mental.shupface.com.

sexta-feira, 26 de setembro de 2008

Epitáfio de um artista esquecido

Deixo o meu amargo,
deixo minhas paixões platônicas,
deixo meus momentos de paz
e de guerra.
Deixo toda uma história
repleta de vácuo,
vazios e lacunas
preenchidas por nadaveres.
Deixo meu corpo,
hospedeiro de vermes, vírus
e bactérias.
Deixo minha voz
de poeta vagabundo
para a eterna memória
do esquecimento.
Fábio Pedro Racoski

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

14 de outubro: eles virão!



Alienígenas chegando para visitar uma civilização que se mata sozinha? Com esse papinho de paz e amor, assim como os Estados Unidos com o Iraque?

Muié, cadê meu trabuco?

quarta-feira, 17 de setembro de 2008

Engenho e arte...

Enfim, saí do desemprego!

A partir de hoje, sou professor de Artes! Até o final do ano letivo, lecionarei música, literatura, artes cênicas, artes plásticas, história da arte... para alunos da oitava série do Ensino Fundamental.

Professor, novamente! Que Camões me ilumine com seu engenho e sua arte...

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

Cantiga de maldizer de Fernand' Esquio

Idade Média era feita só de "trevas"? Nada de alegria, irreverência, arte? Eis aqui uma cantiga de maldizer medieval, composta por Fernand' Esquio:

A hũu frade dizen escaralhado,
e ffaz per[d]udo quen lh o uay diz[er],
ca pois el ssab arreytar de ffoder,
cuyd eu que gai [h]e de piss arretado
et poys enprenha estas com quen iaz,
ante lhe digu eu bem encaralhado.

Escaralh[ad]o nunca eu diria,
mays que traie caralho na rreyte
ao que tantas molheres de leyte
ten, ca lhe pariron tres em huũ dia,
et outras muitas prenhadas que ten;
et atal frade cuyd eu que muy ben
encaralhado per esto sseria.

Escaralhado non pode sseer
o que tantas ffilhas ffez en Marinha,
et que ten ora outra pestorinha
prenhe, que ora quer escaeçer,
et outras muytas molheres que ffode;
atal frade bem cuydo que pode
encaralhado per esto sseer.

Nesta cantiga, Fernand’ Esquio fala de um frade que muitas pessoas dizem ser impotente. O poeta, contrapondo-se ao que o povo diz, garante que o religioso não possui esse problema; muito pelo contrário: que engravida qualquer mulher que conhecê-lo biblicamente — et poys enprenha estas com quen iaz. Por isso o trovador assegura que o padre é viril (veja último verso da primeira estrofe).

Na segunda estrofe, o eu lírico refuta a idéia de o frade ter algum problema de virilidade argumentando com o fato de três mulheres terem dado à luz filhos seus num mesmo dia, além de outras que estão grávidas deste religioso. É o fato contra o boato, e no fato o trovador se apóia.

Na última estrofe, o poeta arremata sua tese apresentando um caso amoroso mais firme que o frade tem: Marinha ou Mariinha, a qual tem vários filhos dele. Ainda apresenta um caso amoroso antigo, que deixou rancor: "et que ten ora outra pestorinha / prenhe, que ora quer escaeçer". Além de todas estas mulheres citadas, o trovador afirma que há muitas outras com quem ele se relaciona, afirmando que, por estes fatos, ele assegura firmemente que o frade não é impotente. Muito pelo contrário: é virilíssimo.

Fonte:
Fábio Pedro Racoski. As cantigas satíricas e o retrato de um clero corrupto na Idade Média. 2004. 5 f. Pontifícia Universidade Católica do Paraná. Orientador: Marcella Lopes Guimarães.

Para saber mais:
Resenha do livro "As cantigas satíricas": http://pt.shvoong.com/books/1618228-cantigas-sat%C3%ADricas/
Artigo da Wikipedia sobre o Trovadorismo: http://pt.wikipedia.org/wiki/Trovadorismo
Links do Wikisource para poemas trovadorescos: http://pt.wikisource.org/wiki/Categoria:Cantigas_de_esc%C3%A1rnio_e_maldizer
Esboço da Wikipédia sobre cantigas de Escárnio e Maldizer: http://pt.wikipedia.org/wiki/Cantigas_de_esc%C3%A1rnio_e_maldizer

quinta-feira, 11 de setembro de 2008

11 de setembro: mais uma ferida aberta na "América"

Manhã de terça-feira, 11 de setembro de 2001. Onde você estava? O que estava fazendo?

Este blogueiro que vos escreve - então com 19 anos! - estava no Farol do Saber (biblioteca pública dos bairros aqui, em Curitiba), curtindo a mais nova sensação: Internet, de graça, para os usuários do Farol! Nessa época, computador ainda não era um eletrodoméstico comum e Internet era algo mais distante da realidade social que hoje.

Nesse dia, a Internet estava lenta. Nem o Cadê (que Google?) abria. O monitor do laboratório informou: "parece que bombardearam o Central Park, em Nova Iorque!" Nada disso: ligando do orelhão para casa - celular? - ouço de minha mãe: "Fábio, tá caindo o mundo!" Pensei que era mais uma batalha entre gangues ou traficantes. Não: minha mãe estava certa.

Chegando em casa, vejo na televisão, AO VIVO, o repórter Carlos Nascimento como que em estado de choque, anunciando a colisão de um segundo avião na outra torre do World Trade Center. O que parecia um trágico acidente aéreo passa, rapidamente, a ser considerado um ataque terrorista. Quem? Quem foi o monstro? O inimigo número 1 dos Estados Unidos, Osama Bin Laden, líder da Al Qaeda.

Mais um avião, atingindo a fortaleza suprema do Pentágono. Outro avião cai na Pensilvânia; tinha como alvo, certamente, a Casa Branca. E mais uma ferida aberta na América e no mundo: o terrorismo veio para ficar.

Mais de três mil pessoas inocentes mortas em nome de ideais fajutos, crenças deturpadas e deuses prêt-à-porter. Bombas de Hiroshima e Nagasaki, guerra do Vietnã, 11 de setembro: grandes momentos da estupidez humana!

A história, a partir daí, todos conhecem: os Estados Unidos invadem e ocupam dois países: Afeganistão e Iraque. Em nome da defesa do mundo contra o terrorismo, fecham seu espaço aéreo, dificultam a entrada e a passagem por seu território, metem o bedelho na política de outros países - como sempre o fizeram. É a ditadura do medo. É o fim da era de ouro do Império Estadunidense, que não consegue mais manter a imagem de indestrutível e todo-poderoso.

O terrorismo é sádico e individualista porque nós somos assim. É da natureza bizarra do ser humano admirar tragédias alheias. Por isso é que o ônibus quase tomba para o lado do acidente! Devemos combater essa natureza da mesma forma que se combate o terrorismo. Como? Não esquecendo do 11 de setembro, do Genocídio Armênio, do Holocausto, do AI-5... Sim, tudo isso aconteceu. Por mais que existam idiotas dizendo o contrário: terroristas da história!

quarta-feira, 10 de setembro de 2008

Braços cansados? Pernas exaustas?

Dessa vez, vou abrir uma exceção e postar mensagem alheia: dois vídeos que dão uma aula de vida. Eles têm um profundo sentido religioso, mas não só: também são um tapa nessa sua cara de descontente com o próprio corpo (isso valeu a mim também!).

Se você acha que não pode, conheça Nick Vujicic:


e Tony Meléndez:

domingo, 7 de setembro de 2008

Um planeta desconhecido...

Onde você pensa que fica esse lugar? Neve, frio... Suíça? Suécia? Noruega? Alemanha?

Não: esta é uma foto da cidade de Ifrane, localizada no MARROCOS! O mesmo país do clima quente e desértico retratado na novela "O Clone". Taí o Google Earth que não me deixa mentir:

Vejam só: mais ao norte, a Andaluzia espanhola, que já registrou 50 graus Celsius, enquanto Ifrane teve a menor temperatura da história na África: 23 graus negativos, em 1935.

A cidade tem altitude bem elevada; neva todo ano nos meses de inverno. Os franceses montaram uma estação de esqui e plantaram árvores européias por ali, deixando Ifrane com mais cara de vila dos Alpes.

Quem quiser saber mais: http://pt.wikipedia.org/wiki/Ifrane

É: não conhecemos nosso próprio planeta!

Independência? Morte?


Que esse Brasil não seja, nunca mais, o inverso do que deveria ser.

sábado, 6 de setembro de 2008

Pensamento do dia...


Os pensadores capitalistas morrem tarde. Eles enchem os cofres de dinheiro e filosofam no melhor estilo "ócio produtivo".

Os pensadores socialistas morrem cedo. Levam um tiro, tomam uma overdose ou morrem a pedrada, mesmo.

Arrotando...

Momento nepotismo (!): quero divulgar o blog do meu primo. Dêem uma olhada no Arroto Eletrônico!

quinta-feira, 4 de setembro de 2008

Olhai e vede, irmãos: a Verdade está a um clique...

Para quem não sabe, a empresa Google lançou seu próprio navegador, o Chrome, que vai disputar mercado com Internet Explorer e Mozilla Firefox, entre outros.

O Google quer dominar o mundo! Já tem fotos de satélite, mapas, pesquisa, Orkut, e-mail, Youtube... Logo, "Google Earth" será o planeta Terra, de fato.

Para os discípulos interessados em testar o navegador que mistura funções de pesquisa com navegação padrão: www.google.com/chrome

Do gênio Maurício Ricardo, uma charge sobre isso:

quarta-feira, 3 de setembro de 2008

Lisbon Revisited (1923)

NÃO: Não quero nada.
Já disse que não quero nada.

Não me venham com conclusões!
A única conclusão é morrer.

Não me tragam estéticas!
Não me falem em moral!

Tirem-me daqui a metafísica!
Não me apregoem sistemas completos, não me enfileirem conquistas
Das ciências (das ciências, Deus meu, das ciências!) —
Das ciências, das artes, da civilização moderna!

Que mal fiz eu aos deuses todos?

Se têm a verdade, guardem-na!

Sou um técnico, mas tenho técnica só dentro da técnica.
Fora disso sou doido, com todo o direito a sê-lo.
Com todo o direito a sê-lo, ouviram?

Não me macem, por amor de Deus!

Queriam-me casado, fútil, quotidiano e tributável?
Queriam-me o contrário disto, o contrário de qualquer coisa?
Se eu fosse outra pessoa, fazia-lhes, a todos, a vontade.
Assim, como sou, tenham paciência!
Vão para o diabo sem mim,
Ou deixem-me ir sozinho para o diabo!
Para que havemos de ir juntos?

Não me peguem no braço!
Não gosto que me peguem no braço. Quero ser sozinho.
Já disse que sou sozinho!
Ah, que maçada quererem que eu seja da companhia!

Ó céu azul — o mesmo da minha infância —
Eterna verdade vazia e perfeita!
Ó macio Tejo ancestral e mudo,
Pequena verdade onde o céu se reflete!
Ó mágoa revisitada, Lisboa de outrora de hoje!
Nada me dais, nada me tirais, nada sois que eu me sinta.

Deixem-me em paz! Não tardo, que eu nunca tardo...
E enquanto tarda o Abismo e o Silêncio quero estar sozinho!
Álvaro de Campos

Quando tudo conspira contra você

Quando ninguém precisa da sua ajuda,
você marca um compromisso para quinta-feira.
Na quinta-feira, todos precisam de você.

Quando você não encontra emprego,
enfim acha um trabalho semi-escravo.
Todas as propostas aparecem pra você.

Quando ninguém lembra da sua fuça,
você resolve sair.
Todos estão à sua procura.

Quando todos te querem longe,
você vai para mais longe ainda.
Ninguém vem à sua procura.
Fábio Pedro Racoski

As dores do Mundo

Ai!
Ui!
Ai!
Ai, ai, ai...

Fábio Pedro Racoski

Vou-me embora pra Pasárgada

Não: dessa vez, não é o poema de Manuel Bandeira. Mesmo que ele seja inspiração... Quero falar um pouco sobre uma das formas de se relacionar com pessoas pela Internet (ou não) de forma produtiva e útil: o micronacionalismo.

“Mas que p**** é essa?”, você deve se perguntar. Micronações são comunidades unidas por algo em comum, assim como as nações, ou “macronações”, como chamamos. Porém, elas não possuem as estruturas físicas de países como Brasil, França e Inglaterra. Geralmente, não possuem território físico (ainda que algumas reivindiquem a posse de ilhas remotas). Possuem território virtual ou imaginário.

“Tipo Terra-Média?” Depende. Existem micronações virtualistas e realistas. As virtualistas criam lugares, territórios, palácios e festas da corte; seus cidadãos são personagens e, nem sempre, eles próprios. As realistas têm como lugar o meio de Internet que usa para comunicar-se (Yahoo Grupos, Orkut, Ning, fóruns...) e seus cidadãos são as pessoas que estão teclando do outro lado, sem personagens.

Eu participo de uma micronação realista, chamada “Comunidade Livre de Pasárgada”. Lá, temos nossa própria política e nossos próprios desenvolvimentos culturais e sociais. Por exemplo: eu já fui Primeiro Ministro (não dos bons!) por três vezes. Agora, estou voltado ao trabalho em meu cantão (espécie de “estado” dentro de Pasárgada), Cenit.

Então, convido-os a conhecer o micronacionalismo que, à primeira vista, pode parecer mais uma comunidade de nerds. Não é isso: é uma forma de praticar atividades culturais, políticas e sociais que, geralmente, você não pode ou não quer fazer no “macromundo”!

Venham embora pra Pasárgada!

Links de interesse:
pasargada.net76.net
pt.micronations.wikia.com
micronacionalismo.ning.com
micronations.net (em inglês)