Desfila sua beleza eclipsada
pelo sol da cegueira estética.
Rebola no gingado das suas curvas
mais curvas que a retidão
sonolenta
do seu pensamento,
pobre humano.
Lá vai a gorda.
Carregando em seu porte
a sina de ser invejada.
(Afinal, quem não gostaria
de viver fora
da escravidão da moda?)
Sorri timidamente,
ainda inconsciente
da sua doce beleza
ingênua.
Lá vai a gorda.
Mulher, gostosa, desejada.
Quem chora como você.
Quem goza como você.
Quem carrega no corpo
a beleza
da diversidade humana
que exige inteligência
para ser admirada.
Fábio Pedro Racoski