quinta-feira, 16 de julho de 2009

Vou-me embora para Funafuti

Vou-me embora para Funafuti,
ver Tuvalu ser engolida
pelas águas.
Ver as lágrimas
dos tuvaluanos
se misturarem com o sal
do Pacífico Sul.

Vou-me embora para Funafuti,
suicídio mais lento
e épico não há.
Vou-me para as terras
que sucumbirão à onda
devastadora
do progresso humano.

Vou-me embora para Funafuti,
esperar por minha morte,
esperar por tua morte,
ouvindo numa vitrola
Lux Aeterna,
o útimo Réquiem
de Mozart.

Fábio Pedro Racoski

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