sábado, 21 de agosto de 2010

Velho e nova

Velhos são os olhos que te veem.
Velhos são os prédios que te rodeiam.
Velhas são as paredes que te guardam.
Velho é o mundo que te cumprimenta.
Velha é a noite que te nina.
Velho é o sol que te aquece.
Velha é a lua que te ilumina.

Velha é a rua que por ti é massageada.
Velhas a cidade, as praças,
a criança a brincar no parque,
as bandeiras, as imagens,
velhos os quadros...

Mas tu... Não.
Tu não és velha. Nunca serás.

Velhas são as notas musicais
e as palavras
usadas para tentar
versejar
essa tua beleza
tão nova,
tão surpreendente
e ansiosamente
inesperada.

Fábio Pedro Racoski

3 comentários:

  1. Bonito. O inesperado, velho conhecido, mas nunca esperado, muitas vezes é uma excelente companhia.

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  2. Adoro ser supreendida pelo inesperado. E esse poema me surpreendeu. Lindo!

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