domingo, 12 de junho de 2011

Não

Não.
Sigo sozinho,
no meu caminho,
na minha estrada,
na minha viela
particular,
privada,
fechada,
empoeirada
e assustadora.

Não.
Movo um corpo
que prende uma alma
que não sabe sorrir,
que não sabe cantar,
que não sabe olhar
para si mesma
e se apaixonar
entre as ondas
da respiração
e o pulso
que insiste
em pulsar.

Não.
Eu me habituei
a viver
minha existência
não existindo,
não vivendo,
não sendo amor
pra ninguém.

Fábio Pedro Racoski

2 comentários:

  1. Comecei achando fofo e terminei achando triste. Me lembrou o meu dia dos namorados.

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  2. "Não.
    Eu me habituei
    a viver
    minha existência
    não existindo,
    não vivendo,
    não sendo amor
    pra ninguém."

    Incrível, sem mais.

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