quinta-feira, 15 de dezembro de 2011

Algoz de mim

quando sou perverso,
quando sou maldito,
quando sou omisso,
quando sou cruel,
quando sou vil,
quando sou sanguinário,
arranco minhas entranhas
e, aos poucos,
assisto a sofrida e dolorosa
morte de mim mesmo,
sem sequer estender-me a mão.

Fábio Pedro Racoski

4 comentários:

  1. Adorei, forte.
    Acho que, no fim, o mais difícil é nos ajudarmos mesmo.

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  2. Só nós conseguimos ser tão cruéis conosco, só nós, porque temos plenos poderes pra isso.

    Um beijo, Fábio.

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  3. Oi Fábio... quanto tempo, saudade.

    Isso que você escreveu, de fato, combina muito comigo hoje. Tentei retornar uma relação de anos, falida, voltei a acreditar nas palavras bonitas e idéias 'familiares', mas foi em vão. No fim, algoz de mim mesma, sofri por ter dado atenção quando já tinha intuição do fracasso. Por mais que eu tenha fé no amor, não consigo mais ter fé no amor por alguém que demonstra total indiferença, sabe?
    Você envia 5 e-mails de 2 pags, e a pessoa te escreve 2 linhas. Acho difícil de entender.

    Como é difícil ser algoz de si próprio, ter que aguentar os efeitos, e o pior, o remorso de ter sido tão idiota a ponto de se torturar, muitas vezes, e, na maioria das vezes, desnecessariamente.

    Saudade Fábio, como sempre, tudo de mta qualidade aqui.

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