segunda-feira, 30 de abril de 2018

Beira do mundo


sozinho à beira do mundo
não vejo mais o horizonte
de quando eu me abandonei
de quando me reencontrei
construindo minha ponte

sozinho à beira do mundo
não vejo mais minha ponte
do tempo em que me afoguei
do tempo em que me salvei
construindo o horizonte

sozinho à beira do mundo
já não sou mais o que sou
já não sou mais quem eu era
sou humano, sonho, fera
sou a dor que me magoou

sozinho à beira do mundo
sou muito mais quem eu sou
sou além de toda era:
a minha densa atmosfera
de poemas que sangrou.


Fábio Pedro Racoski

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