quinta-feira, 31 de dezembro de 2020

A dois passos de Marte

Marte é um imenso deserto. Rochas, poeira, frio, uma frágil atmosfera... Ainda assim, povoa os sonhos dos seres humanos há séculos: viagens interplanetárias, vilões derrotados pela gripe, a dúvida sobre a vida...

Ah, a dúvida sobre a vida em Marte... Será que, há bilhões de anos, aquele planetinha frio tinha rios e mares? Será que viviam, naquela rocha, samambaias, flores, árvores, animais, paixões? Essa dúvida habita meus sonhos, assim como o questionamento de centenas de cientistas e escritores. Mas talvez a resposta esteja mais perto do que eu acredite.

Quem sabe, num passado que nem se pode calcular, viveu lá em Marte uma espécie que se exterminou em meio a guerras e poluição. Viveu por lá uma espécie que duvidou da ciência e não quis se vacinar. Uma espécie que deu mais importância a pedaços de papel, que eles mesmos inventaram, do que à vida do planeta. Talvez esses marcianos tenham passado por surtos, doenças inimagináveis, mas por não abrirem mão de suas "liberdades" condenaram vários irmãos marcianos à morte. Talvez alguns marcianos, em algum canto do planeta, decidiram "passar a boiada" e queimaram até a última árvore. Talvez, esses seres tenham secado os rios, os mares, e tenham destinado a grande maioria dos seus à miséria, simplesmente para manter a riqueza de alguns poucos marcianos que nada fizeram de bom para o planeta (pelo contrário).

Talvez estejamos a dois passos de Marte. Ou menos.

Fábio Pedro Racoski

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