quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Ele já não cantava mais.
Não fazia versos.
Não falava sobre
história e
filosofia de botequim.

Ele já não xingava
nem chorava
nem beijava.
Ele já não protestava
nem apoiava.
Ele já andava torto,
bêbado na sobriedade
chata do tédio.
Ele já não era mais
humano,
senão um autômato
triste a apertar
parafusos.

Mas eis que ele encontou
um Dostoiévski
empoeirado
no canto do quarto.
A panaceia
de que precisava.
O presente
de Esculápio
para salvar-lhe
a vida.

Fábio Pedro Racoski

Um comentário:

  1. Da-lhe Dostoiéviski, também já salvou a minha vida três vezes. hahahaha... Vou na biblioteca ver se ele me salva pela quarta. =)

    Bjo.

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