A você, que se espanta
- como se visse um extraterrestre -
com meu corpo,
ou com meus cabelos,
ou com meu jeito estabanado,
ou com minha voz alta e estridente,
ou com o conjunto da obra.
A você, que me olha e pensa no absurdo que é
uma pessoa como eu trabalhar,
cantar, tocar flauta,
fazer poesia.
A você, passante, que acredita na ausência
de paixões, amores, ódios e vaidades em mim.
A você, querido e odiado desconhecido,
desejo uma vida melhor.
Uma vida menos triste e frustrante.
Onde você não precisa
fingir que é feliz
ao tentar se divertir
quando me vê.
Fábio Pedro Racoski
Texto generoso e revelador de sua intimidade, lindo e sincero. Um grande abraço.
ResponderExcluirEu sempre tive raiva desses passantes. Agora? Tenho pena! Te amodoro, Biofa. Beijos, com o carinho que você merece!
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