quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Enfim

Meu olhar é profunda escuridão,
reflexo de uma alma
que já não quer.
Ah, as estrelas no céu,
tão lindas e, agora,
tão apagadas...
Ah, o sol, as flores...
Luzes frias e imagens borradas
à minha frente...

Meus ouvidos são poços de lamentos.
Ah, o pássaro a cantar,
como me chora,
Ah, a canção triste:
prenúncio do fim
que está por vir...

Meu corpo é carne a desprender-se
da alma, que se despede.
Meu sangue é paixão que se esvai,
tomando de vermelho o mundo.

Minha boca já não fala,
minhas pernas já não querem andar.
O fim, que chega, é tão assustador
e tão bonito!

Ah, deixe-me, não venha por mim.
Depois da vida, isto parece tão intenso
que não quero mais voltar.

Fábio Pedro Racoski

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