Foto retirada daqui. |
Eu quis cantar-te um fado em meu sofrido
e triste peito, alçá-lo à voz de ouvido,
e ser cativo em ti, liberto em mim,
vivendo à luz do amor eterno sim.
Mas sou poeta mudo para ti?
Ou tu não és ouvidos para meu
sangrado verso? Em prantos dei-me a ti
e foste embora ao som do fado meu.
Eu quis cantar-te um fado, e ele surgiu
composto em panos verdes, fios dourados,
teu rosto, verso só que me feriu,
matou-me e, assim, trouxeste a mim de volta
a vida bela além dos salvos prados
e vivo, agora, em ti, a sã revolta.
Fábio Pedro Racoski
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