sexta-feira, 17 de abril de 2009

Curitiba, julho de algum ano

O frio curitibano
traz à minha memória
imagens de nós dois, nas ruas
úmidas, nebulosas e congelantes
da cidade.

Imagens de você, com frio;
eu cedendo-lhe meu casaco,
meu braço,
meu abraço,
minha alma
tão quente
quanto o frio curitibano.

Cenas do café quente compartilhado,
do prensadão exagerado,
das mãos,
dos olhos,
das bocas,
das vozes...

O frio curitibano
traz aos meus ouvidos
sua risada.
Sua voz cativante,
seus lábios atraentes,
sua presença
ao mesmo tempo
extasiante e tímida.

Ó, frio curitibano...
Leve-me daqui!
Leve-me em seu assovio
num vento bom
até aquela
que me faz sentir calor.

Que surpresa...
O frio curitibano
traz à minha frente
você de volta.
O frio curitibano
me leva a você
e nem percebo
que sou seu,
da mesma forma
que esse frio
toma meu corpo.

Fábio Pedro Racoski

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