segunda-feira, 19 de outubro de 2009

Adeus, eu

Hoje,
aquela velha criança
com medo das ruas,
com medo dos outros,
com medo de si,
morreu.

Hoje
aquela velha criança
que já devia ter ido,
que arrastava uma
carcaça malcuidada,
se foi.

O velório
será longo.
O corpo
será cremado.
E das cinzas nascerá
o jovem adulto
há muito aprisionado.

E das cinzas nascerá
a Fênix luminosa
a brilhar
onde outrora havia
total escuridão.

Fábio Pedro Racoski

5 comentários:

  1. Coisas assim me dão força...

    Abraços meu amigo!

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  2. Ressuscitar a velha criança às vezes é uma necessidade. :-)

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  3. Aí que bonitinho! Quase chorei, lendo. Estou vivendo coisas desse sua poesia. Sinto que uma hora vou morrer, mas não sei quando. Assumo sentir um pouquinho de medo.

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  4. "Hoje estou morta, estou falando do meu túmulo... Vamos ver se eu renasço, de novo." Disse Clarice L. após a conclusão do livro "A hora da estrela". Nós precisamos, sim, renascer - em vários sentidos - de quando em quando... Só assim recobramos as forças e conseguimos continuar... Lindo poema! Beijão!

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  5. Opa, bem legal esse! É a celebração do abandono da infância, ao início de uma nova etapa ...

    obrigada por seu comentário!

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