cego,
ofuscado pela luz de
painéis, televisores, monitores,
absorvendo ordens e vomitando
frases prontas.
Zumbi.
Sou um zumbi,
Um entre milhões,
Nada entre tudo.
Desmorto
nascido para um mundo
de saberes prontos,
embrulhados para presente.
Autômato de carne, osso e fluidos.
Número, voto,
pronto para dizer sim.
Mas sou um zumbi cansado
de dizer sim,
de ser número.
Sou um zumbi tomado
por uma vontade incontrolável
de desmorrer para a vida.
Fábio Pedro Racoski
Meu querido Fábio,
ResponderExcluirEu também sou uma Zumbi.(rsrs) Amigo, fico feliz, de não ser a única cansada de ser número e dizer somente sim, em um mundo enlatado de saberes. Muito bonita a poesia. =)
bjo, querido Fábio.
Somos carne e números. E dizer não é só mais uma opção que nos é imposta. :-)
ResponderExcluirMas antes que me esqueça... sobre o poema... clap, clap, clap!!!!!
Lindo esse poema também!!!!!!!!
ResponderExcluirE, lá vai mais um Augusto dos Anjos para "conversar" com ele...
Idealização da Humanidade Futura
Rugia nos meus centros cerebrais
A multidão dos séculos futuros
- Homens que a herança de ímpetos impuros
Tornara etnicamente irracionais! -
Não sei que livro, em letras garrafais,
Meus olhos liam! No húmus dos monturos,
Realizavam-se os partos mais obscuros,
Dentre as genealogias animais!
Como quem esmigalha protozoários
Meti todos os dedos mercenários
Na consciência daquela multidão...
E, em vez de achar a luz que os Céus inflama,
Somente achei moléculas de lama
E a mosca alegre da putrefação!
Augusto dos Anjos
... Beijo!