Enquanto caminhávamos, Irina me explicou que o que causa as náuseas é o sol roxo. Ela afirmava estar sóbria. Quanto a mim: eu já não sabia. Tinha dúvidas de quanto vinho bebi: a cor do céu não me deixava esquecê-lo. Nesse espaço de silêncio para as minhas divagações, um clarão surgiu diante de nós. “Fique calmo, professor”, disse Irina – quem eu deveria conduzir agora me conduz! “É só o Tesla!”
E era mesmo: alguém que poderia passar por sósia de Frank Zappa vestindo roupas de época. Nikola Tesla, inventor do motor trifásico, experimentador da descarga de Tesla e, para alguns, o criador do “raio da morte”. Ali, à minha frente. “Ele está e não está aqui, professor”, educou-me mais uma vez Irina. “Como assim: está e não está? Holografia? Alucinação?”, perguntei, embriagado de informações confusas e improváveis.
Segundo Irina, o que avistávamos então era uma ligação entre espaços, tempos, universos, mundos de imaginação e orgânicos. “Não é um buraco de minhoca”, disse a aluna-mestra antes que eu o terminasse de pensar. “Você viveu essa experiência, de maneira mais intensa, hoje à noite”.
Agora eu estava realmente com medo: “COMO VOCÊ SABE DISSO?” Irina amarrou seus cabelos pretos, deixando revelar ainda mais a face pálida. Olhou-me da maneira mais profunda que alguém me olhou desde que saí da casa de minha mãe e disse, suavemente: “fui eu quem levou o professor a viver aquilo. E por isso você está aqui. Nós precisamos do senhor!”
Quem precisava? E para que um professor de história seria útil num mundo de devaneios? Eu quero acordar...
CONTINUA...
Ahhh, a cada vez estou mais ansiosa para descobrir o final e mais temerosa por ele estar próximo e a história acabar!
ResponderExcluirconcordo com o comentário acima! Conto de ficção-alucinação só para loucos mesmo... no melhor da palavra. E seria o Tesla um bisavô do Zappa? é bem parecido mesmo!
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