sábado, 27 de dezembro de 2008

Vida e morte de Rosinha da Colônia Muricy

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Todo dia, lá na igreja,
comungando na homilia,
escutando a eucaristia...
Pra que todo mundo a veja
como cruz de romaria.

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
As colegas, lá da escola,
tinham medo da Rosinha.
“Ela é meia esquisitinha.
Só e sozinha, a cheira-cola.
É menina maluquinha!”

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Suas amigas namoravam
e a Rosinha lia poesia,
romance, conto, alquimia...
Lia tudo que lhe davam
Lia, lia, lia e lia.

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Na colônia, ela chegava
sorridente e com amor.
Diziam que o professor
era quem lhe animava.
“Ele é seu grande tutor!”

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
No dia dessa tragédia,
tomou banho a menininha
e saiu perfumadinha
ver um filme de comédia
com o professor Rafinha.

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Junto de seu professor
que contava mesma idade
foi assistir, na cidade,
uma comédia de amor
com muita felicidade.

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Durante o filme, com magia,
um beijinho aconteceu.
A Rosinha estremeceu...
Seu coração explodia
e Rosinha se perdeu...

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
O perder achou a casa
do tutor, de par em par.
Do amor se fez o amar
em um furor como em Gaza...
Seus corpos, num misturar!

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Rosinha não agüentou
a emoção daquele beijo
que povoava seu desejo.
E seu coração parou
neste instante de festejo.

Oh, coitadinha da’Róse!
Moréu sem amá ninguém!
Fábio Pedro Racoski

Um comentário:

  1. Pô! Minha vô era da Colônia Muricy! Do bairro portãozinho, dentro da colônia Muricy! Pobre Rosinha!!!!quase que deu tempo!!!mas...saugdsgaas...

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